BMW Xcountry tem funcionalidade que supera visual espartanoConcebida como uma releitura das antigas scramblers, a BMW G 650
Xcountry é o tipo de motocicleta melhor de se pilotar do que de se
olhar. Afinal, seu design bastante simples destoa do restante da linha
da marca alemã, e não desperta paixões, nem chama a atenção por onde
passa. Ao pilotar a Xcountry, no entanto, suas qualidades aparecem. A
começar pela excelente posição de pilotagem, bastante ereta, herança
das motos trails, em que o piloto conta com um guidão de alumínio e com
um largo e confortável banco de dois níveis. A sensação de conforto é
reforçada pelo eficiente conjunto de suspensões, que absorvem as
imperfeições do asfalto e também se saem muito bem no off-road. O que a
Xcountry fica devendo no aspecto visual compensa com sua versatilidade.
Xcountry tem desenvoltura para o trânsito urbano, pois exige poucas trocas de marchasGarfo
dianteiro invertido (upside-down) com curso de 220 mm e balança
traseira de alumínio monoamortecida formam o conjunto de suspensões da
Xcountry. Amarradas ao quadro perimetral de aço e alumínio, as
suspensões oferecem o equilíbrio ideal entre rigidez no asfalto e nas
curvas e suavidade de funcionamento em estradas de terra. Outro fator
que contribui para a versatilidade desta vem da opção da fábrica em
equipá-la com rodas aro 19 na dianteira e 17 na traseira -- isto a
diferencia das motos trail, com rodas aro 21 e 18, e das supermotards
com rodas aro 17. Na prática, outro ponto positivo que ajuda a Xcountry
ser uma moto polivalente.
TOPMeio
termo entre suas irmãs Xmoto (supermotard) e Xchallenge (off-road) --
que não são mais comercializadas no Brasil--, a Xcountry é bastante
versátil. Uma opção para quem quer uma moto para rodar na cidade e ao
mesmo tempo encarar uma pequena aventura de final de semana. Há ainda
vantagem para os baixinhos, já que a Xcountry tem o assento a apenas
800 mm do solo -- Xmoto e Xchallenge eram bem mais altas, com o banco a
900 e 930 mm respectivamente.
A versão da Xcountry testada,
chamada de Top, traz freios com sistema ABS de série, equipamento
sempre bem-vindo para enfrentar situações de emergência no trânsito
urbano. Mas os freios por si só também merecem elogios. Na dianteira,
um grande disco de 300 mm de diâmetro com pinça de dois pistões e, na
traseira, um disco de 240 mm com pinça de um pistão dão conta de parar
com segurança os 161,5 kg de peso.
FICHA TÉCNICA
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BMW G 650 XcountryMotor: Quatro tempos, um cilindro, comando duplo no cabeçote (DOHC) e refrigeração líquida. Alimentação por injeção eletrônica. Partida elétrica.Cilindrada: 652 cm³.Potência: 53 cv a 7.000 rpm.Torque: 6,12 kgfm a 5.250 rpm.Câmbio: Cinco velocidades, transmissão final por corrente.Transmissão final: Corrente. Quadro: Aço e alumínio. Suspensão: Garfo telescópico invertido, com ajustes de compressão e retorno, com tubo de 45 mm de diâmetro e 220 mm de curso, na dianteira. Balança de alumínio com um único conjunto mola-amortecedor com 165 mm de curso, na traseira. Freios: Disco simples de 300 mm de diâmetro com pinça de dois pistões, na dianteira. Disco simples com 240 mm de diâmetro e pinça de um pistão, na traseira.Pneus: 100/90-19 na dianteira e 130/80-17 na traseira. Dimensões: 2.185 mm de comprimento, 875 mm de largura, 800 mm de altura do assento. Peso: 149,5 kg (a seco). Tanque: 9,5 litros.Preço: R$ 37.900 (sem ABS) e R$ 41.900 (com ABS). |
PERSONALIDADE DA XCOUNTRYO
motor de um cilindro e 652 cm³ de capacidade é um velho integrante da
linha BMW, mas chega atualizado com a Xcountry. O novo desenho da
câmara de combustão e o duplo comando de válvulas fazem o propulsor
render mais: agora são 53 cv a 7.000 rpm e 6,12 kgfm a 5.250 rpm.
Demonstrando sua ampla faixa útil e também personalidade, ele funciona
de forma mais suave nas médias rotações -- em rotações mais baixas
parece engasgar e, em giros muito altos, vibra excessivamente. Isso,
aliás, é uma característica dos monocilíndricos de grande capacidade.
Na
prática, a Xcountry roda com desenvoltura no trânsito urbano, pois
exige poucas trocas de marchas e tem uma retomada vigorosa. Já em
estradas, não desenvolve velocidades estonteantes, mas tem fôlego para
empurrar essa BMW até os 150 km/h -- com bastante vibração. Em quinta
marcha, a Xcountry é confortável para se manter 120 km/h de velocidade
de cruzeiro. Nessa tocada, a fábrica declara um consumo de 21 km/l -- o
que, com seu tanque de 9,5 litros, resulta em uma autonomia de 200 km,
aproximadamente.
Depois de rodar com a BMW Xcountry, chega-se
a conclusão que ela tem uma personalidade de moto alemã, na qual a
funcionalidade supera a forma. Apesar de não ter um grande apelo
estético, a Xcountry é uma boa motocicleta que corresponde à proposta.
Outro
ponto contra, além do design, está no alto custo. A Xcountry Top tem
preço sugerido de R$ 41.900. A standard, sem ABS, sai por R$ 37.900. No
mercado brasileiro, há outras motos com a mesma capacidade cúbica por
um preço mais em conta, caso da trail Yamaha XT 660R e da naked MT-03.
Ambas usam um motor de um cilindro e 660 cc e são vendidas a R$ 27.273
e R$ 26.950, respectivamente. Claro que têm propostas diferentes, mas a
trail XT 660R também oferece bastante versatilidade.
Restam,
como vantagem para a Xcountry, o valor de seguro mais baixo e a
diferenciação de se rodar com o logotipo da BMW estampado no tanque.