joão paulo Moderador
Idade : 41 Mensagens : 3294 Localização : Lua.... Moto : PAngaré, 100km com 1 L de água!!!LOL Inscrito : 31/12/2007
| Assunto: a união faz a força Qui 30 Out 2008, 14:40 | |
| A união faz a força Conheça o funcionamento dos sistemas de embreagem mais utilizados e saiba como obter o melhor rendimento e durabilidade do sistema [size=30]V[/size]ocê já contou quantas vezes o manete da embreagem é acionado? Nem precisa contar para saber que o número é alto, afinal a embreagem é usada para dosar a carga do motor nas mudanças de marchas, paradas e arrancadas seja em uma simples volta pelo quarteirão, uma viagem ou uma competição.Presente na maioria das motos, as embreagens que utilizam discos de fricção datam da invenção da própria motocicleta. Tanta longevidade na utilização está ligada ao pequeno porte, durabilidade e custo baixo quando comparado a outros sistemas.O piloto é capaz de influenciar na durabilidade usando a embreagem de forma correta e evitando os vícios (veja abaixo) que diminuem a vida útil do sistema.FricçãoQuem já usou a moto trocando marchas no tempo (aguardando a rotação certa e aliviando o acelerador no momento da troca) sabe como é desconfortável e arriscado. Além dos trancos, existe a possibilidade de perder o controle da moto na hora de parar ou nas saídas. Fora isso toda a transmissão (câmbio, corrente ou eixo-cardâ) é sobrecarregado.
Nessa hora a embreagem mostra sua utlidade. O sistema "separa" o motor da transmissão nas trocas de marchas e depois reestabelece a ligação progressivamente, assim permite o controle "da força" do motor.
Tudo graças aos discos dotados de superfícies de tração e fricção – material sinterizado como das pastilhas e lonas de freio - ligados ao motor e a transmissão. Poderosas molas expandidas forçam os discos um contra o outro.
Quando se aperta o manete da embreagem um cabo de aço movimenta uma alavanca pressionando a placa que por sua vez comprime as molas da embreagem. Quando a alavanca comprime as molas, os volantes são desacoplados. Eles patinam e deslizam entre si até se separarem totalmente quando se diz que o motor está "embreado" ou livre. | | A força da uniãoAo soltar o manete, o processo se inverte. As molas se encarregam de "colar" novamente os volantes reestabelecendo o acoplamento original entre eles. Assim o movimento do virabrequim voltar a passar para a transmissão. Em motos sofisticadas o acionamento da embreagem é feito por uma bomba hidráulica, com cilindro mestre, fluido e tubos flexíveis idênticos aos usados nos sistemas de freios à disco. Assim como o freio exige os mesmos cuidados de manutenção.
| Em algumas motos, como nas tradicionais BMW, utiliza-se um sistema de embreagem semelhante ao dos automóveis: apenas um robusto disco de fricção ligado à transmissão e um volante giratório ligado ao motor. Para acoplar utiliza-se uma grande mola cônica esse sistema é conhecido como "chapéu chinês". Como vantagens podemos citar a simplicidade e a robustez apesar do elevado peso e tamanho | PopularMas a maioria das motos atuais usa embreagem com múltiplos discos - 4 a 9 pares em geral. São menores, mais leves e oferecem a mesma área de atrito com isso fazem o mesmo trabalho de um "discão". Para isso os discos são "ensanduichados" dentro de campanas. Essas campanas se movem uma dentro da outra formando um volante compacto. Dessa maneira, discos de tração ou espaçadores travados à uma das campanas ficam em contato com os discos de fricção, por sua vez travados à outra campana. Assim podem ser afastados ou unidos quando as campanas se encaixam deslizando entre si. Geralmente a campana externa se liga ao motor através de uma engrenagem. Já a interna transfere o movimento para a transmissão através de um eixo motriz. Esse eixo atravessa a campana externa apoiado por rolamentos.
Embreagens mais sofisticadas podem ter uma terceira campana com mecanismo limitador de contra-carga para maior segurança. Caso o piloto faça uma redução brusca (passando de 6ª para 2ª, por exemplo) o mecanismo limitador entra em ação fazendo a embreagem patinar impedindo que a roda traseira trave. | | RefrescoPara refrigerar e limpar os discos o sistema é montado na parte baixa do motor e trabalha com uma certa quantidade de óleo ou recebe o lubrificante na forma de respingos, o "banho" de óleo. Nesse caso, o óleo circulando em pequena quantidade sobre a embreagem age como refrigerador "roubando" o calor mas sem fazer a embreagem "patinar". Isso pode acontecer quando se usa lubrificantes ou aditivos não recomendados pelo fabricante. Esses produtos podem grudar entre os discos fazendo a embreagem patinar. Mas a embreagem também pode trabalhar a seco ou ser acionada através da força centrífuga como nas usadas em scooters e motonetas. Nesse tipo de sistema, no lugar dos discos de embreagem são usadas sapatas giratórias ligadas ao motor e instaladas dentro de uma campana, por sua vez ligada à transmissão. Quando ganham rotação as sapatas se "abrem e colam" no interior da campana passando o movimento para a transmissão final. Porém, seja qual for o sistema de embreagem, em algum momento os componentes submetidos ao atrito e aos esforços constantes se desgastam. Quando isso acontece com os discos de embreagem o material de fricção perde eficiência e não permite acoplamento passando a deslizar, ou "patinar". O motor ganha giros, mas a moto não sai do lugar ou vai se arrastando. Quando isso acontece a solução é a troca dos discos. Uma tarefa relativamente simples.Durabilidade
| As molas de acionamento, que também trabalham permanentemente estressadas, também podem chegar à "fadiga total" acarretando deslizamento da embreagem. A solução é trocá-las. Outra pane comum da embreagem é o empeno dos discos ou campanas, quase sempre causados por superaquecimentos por uso intenso, acima do normal, ou pelos chamados "vícios" de pilotagem (veja abaixo). Além de patinar, os sintomas são ruídos e trancos mesmo com a embreagem acionada. | O rompimento de um cabo, vazamento de fluido ou entrada de ar podem comprometer o acionamento da embreagem, assim como a regulagem incorreta da folga ou "altura" do manete também comprometem o funcionamento e durabilidade do sistema.
Essa durabilidade depende apenas da maneira como a embreagem é utilizada. Com cuidado e manutenção atinge milhares de acionamentos e trocas de marcha... e não precisa contar para confirmar. Vícios de EmbreagemQueimar embreagem: Esse é o pior "castigo" especialmente quando o piloto a faz deslizar ou patinar de forma bruta para vencer uma rampa muito íngreme, desatolar a roda traseira ou para iniciar um "zerinho" por exemplo. Nesses casos os discos superaquecem emitindo um cheiro característico causado pela fricção excessiva. Essa prática pode acabar com a embreagem em minutos... No caso de motos atoladas prefira sua retirada manual. Embreagem acionada nas paradas: Evite parar muito tempo com a moto engatada e embreagem acionada. Componentes de acionamento e da embreagem estarão sendo esforçados sem necessidade. Use o ponto morto para aliviar o sistema. Segurar a moto na embreagem: Equilibrar o peso da moto com a força do motor em rampas utilizando a embreagem em deslizamento controlado - "queimando embreagem" - é prática que pode consumir os discos em pouco tempo. Prefira usar os freios. Embrear sem tirar a mão do acelerador: Trocar de marchas sem desacelerar sobrecarrega a embreagem forçando deslizamentos à rotações muito mais altas do que seria normal reduzindo sua vida útil drasticamente. Evite a prática a menos que você esteja participando de uma competição quando realmente isso permite uma troca de marcha mais rápida. Arrancadas bruscas: Soltar o manete de uma vez submete o sistema de embreagem a grandes esforços comprometendo sua durabilidade. O ideal é soltar devagar e acelerar progressivamente. | |
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